A Guerra Psicológica, Acção Psicológica ou, simplesmente "Psico", como era conhecida, foi utilizada por ambos os lados combatentes na Guerra Colonial. No Exército Português, desde os helicópteros com altifalantes apregoando "boas intenções" sobre os aldeamentos indígenas aos mais lamentáveis "actos de persuasão", utilizou-se de quase tudo. Ainda hoje estou convencido que, muitos destes actos, e falo dos mais terríveis, eram gerados pelo medo principalmente, devido á má preparação cultural e militar da maioria dos soldados portugueses.
Na maior parte das vezes o objectivo era "assustar para se defender".
É evidente que do lado da Frelimo as coisas não se passavam de modo muito diferente. O modo era outro sendo o efeito mais incisivo. Devido á característica da luta e ao menor número de guerrilheiros envolvidos, a chamada "Acção Psicológica" fazia-se sentir mais direccionada, mais activa, mais constante e, por isso mesmo, mais estudada/experimentada.
Poder-se-ia dizer que, neste caso, o objectivo passava a "aterrorizar para vencer".
Esta "doutrina" fazia parte da preparação dos guerrilheiros.
De forma mais activa, o estudo da Guerra Psicológica como disciplina, só fazia parte da formação dos Sargentos e Oficiais que tinham passado pelo Centro de Instrução de Operações Especiais em Lamego.
Deixamos o exemplo de um pequeno cartão que deveria ser deixado preso ao corpo de um qualquer guerrilheiro da Frelimo abatido pelo Exército Português:
(frente)
(verso) (Imagens cedidas por F. Mineiro)
Por parte da Frelimo deixamos outro exemplo embora muito mais abrangente: o seu órgão informativo mais importante durante a Guerra Colonial - A Voz da Revolução (aqui reproduzidas apenas 7 páginas). Era distribuido aos apoiantes e simpatizantes e, principalmente, lido nas Bases pelos guerrilheiros da linha da frente.
Não conheci periódico semelhante distribuido aos militares portugueses em Moçambique.
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