Quem esteve no norte de Moçambique em Cabo Delgado, não se pode esquecer do terrível "feijão-macaco". No tempo da seca, as vagens daquela planta que prolifera por todo o mato, secam e estalam libertando minúsculos estiletes que em contacto com a pele provocam aflitiva irritação.
Estes estiletes microscópicos, imperceptíveis a olho nu, faziam rebolar na terra, raspar a pele, esfregar com álcool, coçar que nem uns macacos (daí o nome), fosse qual fosse a situação em que se encontrasse. Porém, coçar só difundia mais a irritação.
Não se conhecia receita para tamanha maleita. Havia quem, no desespero, passasse pela pele a chama de um isqueiro.
Era frequente no avanço das colunas fora das picadas pela agitação provocada na vegetação. Nas progressões a pé só a muita atenção ou a protecção do camuflado, embora sob um sol escaldante, faziam evitar a tortura do feijão-macaco.